quarta-feira, setembro 28, 2005

Valei-nos nosso senhor do bonfim!

Nuba! Estava ouvindo o discurso dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados. O resultado final ainda não saiu. Acho que preferiria nem saber. Esperava discursos mais vibrantes, de estadistas. Daqueles que retumbassem no plenário, como estouro de foguetes. Discursos que nos pegassem pelas mãos e nos levassem para passear na história. Palavras que ficassem ecoando no ar, que só na ponta dos pés conseguíssemos alcançá-las. Mas que, depois de acolhidas, na palma de nossas mãos, iluminassem nossos caminhos, um, dois e tantos quanto existam para que escolhecemos. Palavras que nos dessem vontade de anotá-las, rapidamente, num pedacinho de papel, para que pudéssemos repetí-las um dia para nossos filhos.

Nuba mesmo. Tem horas que eu acho que não sou deste planeta. Caí aqui por acaso e estou custando a me adaptar. Tenho de reconhecer, como sempre, que sou uma otimista incorrigível. Ou dwãr de tudo!

Ouvi o pronunciamento do candidato da oposição com muita atenção. O seu estilo me pareceu muito semelhante ao estilo roberto jefferson. Não sei..., a entonação da voz, alguns trejeitos de fala, o recurso da intimidade, chamando alguns deputados pelo nome, lembrando os laços de história entre eles...tudo me soou muito dejá vu. E ouvi ele dizer: “essa casa é a casa dos deputados!”, com ênfase mesmo. Não é. Com todo respeito, não é. A Câmara dos Deputados, é a casa da representação política. Aqueles que lá estão são representantes do povo e lá estão para representá-los. A Casa, me desculpe, é do povo.

Não vou ser capaz de reproduzir suas palavras exatamente como foram ditas, mas ouvi o candidato da oposição dizer também que o chefe dele naquela Casa são os 500 e tantos deputados. Com todo respeito, outra vez, não são. O chefe do presidente da Câmara dos Deputados é, outra vez, o povo. É à sociedade brasileira que o presidente da Câmara dos Deputados deve prestar contas. São os interesses dessa sociedade que devem inspirar as decisões dessa presidência, interesses que estarão ou não sendo defendidos por seus representantes, mas nunca os interesses individuais de cada membro do Poder. Pelo menos na teoria é assim que funciona. Se a prática é outra, de duas uma, ou a teoria está errada ou a prática está equivocada. Vou pensar sobre isso.

Ouvi também o discurso do candidato do governo, como assim foi identificado. Perdi algumas coisas, pois os meninos entraram no carro e começaram a disputar o rádio, intercalando Racionais MC. Mas deu para perceber que foi uma fala mais institucional. Menos corporativa. Foi dirigida aos partidos, às forças políticas, à instituição, ao Poder Legislativo. Não sei quem é melhor do que quem, nem qual poderá ser o melhor presidente para nós neste momento. Não sei mesmo. Se tivesse de escolher, ficaria num mato sem cachorro. Também não sei porque estou pensando nisso agora. O lanche já está na mesa e eu estou azul de fome. Mais tarde vou ver o final dessa história.


Durmam com os anjinhos

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa foi minha irmã que postou, a Nisinha. Chegou pelo correio, mas não apareceu aqui. Não sei porque a Blogger não atualizou...será que deu tilte? Eu hem? Mas é boa. Vou copiar:
Ai ai ai... na linha das estatísticas. Vi uma apresentação hoje em que a mulher falou que as palavras são responsáveis por 7% da comunicação!!! Isso mesmo... 43% é a expressão corporal, 38% do tom da voz, da entonação e o resto eu não sei. Acho que nem ela...