quinta-feira, outubro 15, 2009

Um jeito de ser


Queria mesmo é falar de futebol. No mundo em que estamos vivendo, neste pleno século XXI que nos arrumaram, muito meio embromador, o futebol ainda é um dos poucos acontecimentos que conseguem mobilizar com paixão populações de todos os cantos do planeta. Se ainda é um esporte para poucas estrelas; um esporte que movimenta uma riqueza incalculável para vários paisitos desse mundão afora; que vive da política, como todos nós; na prática, continua sendo um esporte genuinamente democrático. Jogam brancos, negros e amarelos. Meninas, vocês sabiam que a China é o país com o maior número de jogadores de futebol do mundo! China, ah! a China, vai roubar de todos o posto de liderança de qualquer ranking mundial. Daqui a pouco, será o maior país de língua portuguesa do mundo!

Não vou voltar a esse assunto. Mesmo querendo muito falar de futebol, vou falar de mudança climática, porque hoje é o Blog Action Day, um mob-blog para demonstrar a força de mobilização das redes sociais no ambiente virtual. Ainda acho que futebol mobiliza mais, mas tudo bem, vou fazer a minha parte.

Já cansei de falar sobre o risco que estamos correndo. O planeta está ficando velho, ranzinza, temperamental, implicante, impertinente, birrento mesmo. Com o passar do tempo, não somos nem um pouco diferentes disso. É claro que tem as exceções. Eu mesma acho que melhoro dia a dia. Cada vez menos as coisas me irritam, me incomodam ou me chateiam. E se aparece alguma que me aborrece um pouco mais, faço como uma amiga, mando pra tonga da mironga do cabuletê.

Esse envelhecer, do qual ninguém escapa, nem o planeta, é, talvez, o maior responsável por essas mudanças que estamos assistindo. Pelos dilúvios, tsunamis, terremotos, secas, desertificações absurdas, vulcões, furacões e outros ões. Não tenho dúvida disso. É muita pretensão nossa achar que somos os autores dessa tragédia. Mas também não tiro nossa responsabilidade. Acho que o jeito, o mal jeito que escolhemos para estar no mundo acelera o nosso envelhecimento. Mudar esse jeito predador de ser pode conter um pouco esse movimento inexorável de vida e morte a que estamos todos submetidos nesse universo de deus e, quem sabe, nos dar a chance de descobrir a fórmula da vida eterna. Duvido, mas vá lá.

Não estou sendo pessimista, mas pragmática. Temos de encontrar um jeito de estar sustentável, num mundo que envelhece a nossa revelia, habitado por nós, que também estamos envelhecendo a nossa revelia. Um mundo que irá perder boa parte da sua fauna e flora, porque é assim que é desde o início de todos os tempos. Um mundo que terá de abrigar outras espécies da fauna e flora do mundo que virá. Um mundo com um jeito de funcionar que já está mais pra lá do que pra cá de tão caduco que ficou.

Talvez essa seja a única variável que podemos, de fato, alterar, com nossas intenções e ações. Encontrar um jeito diferente de fazer a roda da vida girar, menos big, menos plus, menos super, menos hiper, menos mais, poderá ser uma saída. Inventar um jeito mais simples de estar no mundo, possível de ser compartilhado com todo o planeta, sem exceções, poderá ser uma solução. É mais ou menos isso que dei conta de pensar.

Inté moçada.
Foto: minha