Estou de passagem. Estou pensando em ritmo the flash sobre a conversa que tivemos ontem com o cientista político Fábio Wanderley. Foi uma conversa super saborosa. Não vou contar, né. Quem quiser saber o que rolou vai ter de esperar e assistir o programa na TV Assembléia. Não tratamos de conjuntura. Foi um depoimento longo sobre a sua vida e que se mistura, claro, em alguns momentos, com a história política do Brasil. Mas fiquei pensando foi na fala do professor sobre a questão da educação no Brasil.
Ele citou um caso muito interessante de um estudo comparativo, realizado por um colega seu, sobre a qualidade da Educação e a sua capacidade de inclusão no Brasil e na África do Sul, ainda sob a vigência do regime do apartheid! Lembram-se? Todos os indicadores adotados eram, invariavelmente, melhores na África do Sul do que no Brasil. Foi chocante, porque de lá para cá, pouca coisa mudou. Abriu-se novas vagas nas escolas, é verdade, mas essa inclusão não tem promovido a melhoria das oportunidades para essas crianças. Foram incluídas nas estatísticas, mas não na vida real. Ou, se quiserem, no mercado.
O professor Fábio Wanderley lamentou tristemente a ausência de políticas educacionais eficazes e consistentes na história recente do país. Continuamos vivendo numa sociedade de castas, como ele disse, num país com cidadãos de primeira e segunda classe. E é muito triste mesmo.
Desde o último domingo venho pensando nisso. Não exatamente na educação básica, mas na educação do terceiro grau. Li na FSP que a China quer ser um país de muitas harvards. Em 2004 investiu US$ 10,4 bilhões no ensino superior e está repatriando seus professores, que hoje atuam nas melhores universidades do mundo. É o dobro do que o Brasil vai investir, em 2005, no ensino superior. Isso se todo o recurso previsto for executado, né?
O programa que a China pretende desenvolver não é um programa de vitrine, para deixar o governo bem na foto. É uma ação de longo prazo, para os próximos 10 anos, visando as gerações futuras. E aí me lembrei dos Bric's (Brasil, Russia, Índia e China), a turma dos emergentes, daqueles que estão melhorando o seu folego para mudar de patamar. O Brasil já está se distanciando da turma, apresentando os menores índices de crescimento do grupo. Se continuarmos sem rumo, como estamos, sem políticas públicas bem definidas, principalmente para a área da Educação, acho que vamos ficar no meio da estrada. Deus me livre, hem?
Tô correndo
Bye
PS: Huahuahua. Antes de começar a me descabelar, acho que vou aderir ao Slow Movement. Semana passada, um dos pais dessa idéia, um britânico, se não me engano, esteve aqui em Belo Horizonte, fazendo palestra. Perdi. Fui muito devagar e, quando cheguei lá, já tinha acabado. Huahuahua. Mas peguei o espírito da coisa e acho que vou aderir. Vou me engajar nesse movimento. Abaixo a correria! Viva a preguiça!
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