sexta-feira, março 17, 2006

Palavrões e palavrinhas

Vi o terremoto no Congresso Nacional hoje. Sabe o que eu penso? Estão precisando pôr algumas doses de polaramine na água do Congresso. Como disse um conhecido meu, tudo é motivo para eles se empolarem. Está certo, tem um fenômeno estranho acontecendo. É um palavrão, me desculpem, mas estamos assistindo a uma judicialização da política brasileira. Não sei ainda o que isso pode siginificar. Temo que não seja uma coisa muito boa, afinal, o Executivo já legisla igual gente grande, se agora o judiciário se mete a fazer política e ainda dificulta a ação fiscalizadora do legislativo, para que servirá o Parlamento?

Mas, por outro lado, venhamos e convenhamos. Se não perdi nada, se na minha ausência ninguém rasgou o regimento interno do Congresso Nacional, numa sessão solene de Plenário, a liminar lida hoje na CPI dos Bingos faz sentido. Uma CPI deve ter um objeto claro de investigação e sua atuação não deve perder o foco deste trabalho. Transformar o plenarinho das comissões técnicas em palanque é jogada desleal e não sei a quem pode interessar. E ainda mais, quando sabemos que o Congresso teria outras formas de ouvir a testemunha sem burlar o regimento. Os parlamentares sabem disso. Então não sei mesmo porque tanto espanto. Amanhã, se tiver tempo, vou ler os jornais para ver se entendo alguma coisa. Estou quase me convencendo de que perdi não foi pouca coisa não. Perdi a minisérie inteira.

Também, dei agora para ficar sonhando acordada, olha só! Assim, acabo mesmo perdendo os melhores lances da vida como ela é. E hoje tive um sonho estranho. Um sonho não, um delírio. Até sei de onde me inspirei. Foi um colega que trouxe uma notícia esquisita, minutos antes de Alckmin anunciar sua candidatura. Disse que Aécio ia sair de vice. Descartamos, claro. Mas aí sonhei que Alckmin tinha convidado Jereissati para vice. Fez uma chapa pura. O PFL , tomado de surpresa, lançou Roseana Sarney e Marco Maciel para se vingar. O PMDB já tinha lançado Garotinho no páreo, pensando no voto dos meninos, aqueles de 16 a 24 anos, que estão perambulando por aí. Com mais alguns gatos pingados que foram aparecendo no meio do caminho, junto com Heloisa Helena, nós eleitores ficamos igual pobre no carrefour, perdidos no meio de tanta opção.

Isso para não contar o que o PT fez. Depois de avaliar o quadro sucessório, chegou à conclusão que a corrida estava muito disputada. Era preciso lançar uma novidade na praça para garantir a posição. Mandaram o Lula para o banco de reserva e chamaram Dilma Roussef para entrar na pista. Êita, que confusão! Isso é que delírio. Acorda, Neo! Mas, pensando bem, para o PSDB até que não seria mal. A partida começava do zero pra todo mundo. Mas moleza, meu amigo, só na ingleza. Alckmin que se prepare, pois o jogo vai ser duro. E o que ele não deve fazer é entrar na briga para bater. Outro dia, uma amiga sugeriu que ele deveria terceirizar a pancadaria e manter-se no seu discurso de empreendedor. É uma saída.

Pensando bem outra vez, não sou eu apenas que ando delirando acordada. A vida como ela é também está se descolando. Hoje Aécio comentou que poderá optar pelo Senado, ao invés de disputar a reeleição. Não é uma saída, com certeza, porque aqui o jogo já está decidido, se for ele o candidato. Então, tem de ser uma porta de entrada. Mas pra onde? Bem, aí é que está. Só dormindo e delirando novamente.

Palavrinhas sensatas para todos vocês, depois de tanta confusão
Bons sonhos, um belo dia e alegres despertares!

PS: Postei esse texto ontem à noite, mas esse blog foi bloqueado, não sei porque, e o texto não foi publicado. Hoje tentei de novo e, outra vez, deu problema. Como sou brasileira, vou continuar insistindo. Bom, de lá pra cá, ouvi a notícia de que a Justiça teria concedido liminar suspendendo as prévias do PMDB, mas Germano Rigotto anunciou que vai fazer assim mesmo. Tô achando que rasgaram não foi só o regimento interno não, foi a constituição inteira. Povo doido siô. E antes um pouco, vi o Sardenberg conversando com o Sérgio Abranches e ele estava chamando atenção para isso, para esse fenômeno, que estamos vivendo também, de um desrespeito generalizado à lei, tanto pelo poder público, quanto pela sociedade. Estamos no Estado do não-Direito. E democracia, pomba, tem regras. Se não forem observadas, vira casa de mãe joana. Ops, daqui a pouco vão convocar a Joana para ela explicar o que está acontecendo com a democracia brasileira. Melhor mudar de assunto. Bye

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