sexta-feira, dezembro 23, 2005

Papai Noel, saí da fila!

Olha só, Papai Noel, desisti. Enfrentei a fila do estacionamento com alguma impaciência, mas ainda tolerante. Enfrentei a fila da porta giratória fazendo piadinha para disfarçar o mau humor. Mas fila na pracinha do Papai Noel é demais pra mim! Desisti. Tinha até feito uma listinha de presentes. Pra mim e pra todos. Mas, ó, desisto!

E tem mais. Não é só por causa da fila não. Tô numa fase desconfiada. Tô achando que essa história de Papai Noel é propaganda enganosa. Foi o pai do meu bisavô que contou pro avô do meu pai, que confidenciou pro meu avô, que deu com a língua nos dentes pro meu pai e meu pai, que não guarda segredos, contou pra mim. É tudo lenda. Mas, como já vi o velhinho na tevê e achei-o até simpático, embora um pouco ingênuo, fiquei na dúvida. Agora estou mais é desconfiada. Tô achando que é mesmo conversa pra boi dormir.

E mais, estou adotando a simplicidade voluntária. Vou esvaziar os maleiros aqui de casa, jogar fora as caixas que estão amontoadas em cada quarto e as pilhas de jornais que estão se multiplicando no escritório. Ah, vou me desfazer também dos quilômetros de fios, conectores, placas e outros restos de computador que estão se acumulando num canto do armário do Daniel, para um dia serem reaproveitados num novo computador que ele um dia vai montar.

Os papéis velhos, contas quitadas, documentos antigos de carro que já nem tenho mais, apostilas de cursos vencidos, rascunhos de textos que nunca terminei, rascunhos de textos que terminei e ficaram uma droga, receitas médicas, crachás, contracheques do meu primeiro emprego, vai tudo pro lixo também. Só não jogo fora os desenhos dos meninos, mas um dia vão também, tenho certeza!

Vou criar espaços vazios. Tô precisando. Então, não vou cair mais nessa armadilha do Papai Noel. Quero nada! Só isso! Outra coisa. Também não quero amigo oculto em 2006. Quero um amigo presente. O ano inteiro. Daqueles da espécie para o que der e vier. Com um ombro bem largo e acolhedor. E que saiba olhar nos olhos quando precisar dizer a verdade. E com um coração bem grande, que possa ficar também à minha disposição, se eu precisar, né? Um sorriso farto, humor de sobra e doses e doses a mais de paciência. Enfim, perfeito! Só isso.

E vou fazer a tal faxina, nem que seja de olhos fechados, mas vou. Quero entrar 2006 mais leve, mais simples, menos enredada para seguir em frente. Vou mesmo. Vou fazer isso de todo ou de qualquer jeito. Quando voltar de férias, é claro! Iuhuuu! Na segunda já não precisaria mais trabalhar, mas vou ter de fazer uma concessão, para concluir tudo que assumi neste final de ano. Não me incomodo. Me odeio quando deixo as coisas pela metade. Mas, a partir de terça estou fora e de quarta, de volta ao paraíso tropical.

Lá, como já disse, é difícil pensar em qualquer coisa. Além do mais, estou levando três livros que pretendo ler até o final e, portanto, vão ocupar boa parte do meu tempo. Mas se tiver uma recaída, não tenham dúvida, entro na fila da lan house e disputo um computador até a tapa com o bando de adolescentes que fica por ali, na beira da bancada, voando e zoando até chegar sua vez. Ou dou outro jeito, que sempre tem.

Temos também outros planos para 2006. Daniel me fez uma proposta irrecusável. Ele tirou do fundo do baú um projeto antigo que iniciamos, lá pelos idos de 2002. Dani estava com 12 anos e já dominava os mares da internet. Juntos montamos o seu primeiro site: Viajeiros. Pretendia ser uma comunidade latino americana de mochileiros. Ficou lindo! Só que não conseguimos alimentá-lo de conteúdo. Eu não tinha tempo, disposição e inspiração. Ele não tinha paciência, experiência e controle da gramática. Hoje continuamos do mesmo jeito, só que ficamos mais atrevidos.

Então, outro dia desses, enquanto descansava dos estudos prolongados, (a quem interessar possa, ele passou! ufa!) Daniel montou um novo blog, recuperando o velho Viajeiro. E já está no ar, só que sem posts ainda. Mais uma vez, vamos ficar na América Latina. Vai ser emocionante, pois já sei que teremos eleições em quase todos os países e muitas mudanças à vista. É isso que vamos acompanhar ao longo do ano e tentar entender. Tinha até pensado em uma coisa diferente. Ia fazer um outro blog, que se chamaria Preciso ir!, mas não resisti ao convite do Dani. Então, nessas férias teremos mais uma tarefa, fazer um intensivo sobre a América Latina para pegar o fio da meada.

É claro que não vou abandonar essa praça daqui, né? Vai que me dá vontade de pensar? Mas vou tentar me dividir entre um e outro. Isso se o Daniel não mudar de idéia, coisa que ele faz de três em três minutos. Se isso acontecer, volto com o Preciso ir!.

Bom, é isso moçada. Tô indo. Se bater uma onda, volto em 2006!

Que a força esteja com vocês! E, do lado, um amigo presente o ano inteiro!

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