sábado, outubro 29, 2005

Ilustres desconhecidos

Lá vem chumbo grosso. Acho que agora vão é apedrejar a minha barraca de uma vez por todas. Ui,ui,ui. E olhem, esse nem é um assunto que está liberado na minha pracinha da internet, hem? Mas não sei o que dá nos meus dois neurônios que, de repente, eles ficam inquietos e desandam a fazer sinapses descontroladas, como dois rebeldes anarquistas. Aí, para acalmá-los, não tenho outro remédio, O jeito é sentar e espancar o teclado, para por as idéias em ordem.

Olhem bem pra vocês verem. Estava distraída, ouvindo o CBN Brasil e acompanhando a votação do parecer de cassação do Zé Dirceu, no Conselho de Ética. Isso foi ontem mesmo. Aí me veio a idéia de escrever um poema dadaísta para ele. É muito simples escrever esses poemas, não depende de inspiração e nem de talento, só de uma forte intuição e pura sorte. Aprendi isso com Tristan Tzara, um dos líderes do dadaismo na França dos anos 20.

Num de seus manifestos, ele deu uma receitinha básica de como fazer esses poemas e eu vou passar pra frente. Basta ter um jornal e uma tesoura. Aí você recorta algumas palavras da notícia que te inspirou. Mistura tudo numa caixinha e depois vai sorteando palavra por palavra do seu poema. Vai montando os versos na ordem em que as palavras são retiradas da caixa. Essa é a única regra. Não sei se deu para entender, mas posso voltar a esse assunto outro dia.

O que interessa aqui é que o dadaísmo é o movimento que melhor expressa o momento que vivemos hoje. O Dadá, como explicou um dos estudiosos dessa escola, é o dilúvio após o que tudo recomeça. Não é igualzinho o que estamos passando hoje? Acho que Zé Dirceu ia gostar.

Bom, mas aí eu estava lá distraída pensando nisso. De repente, entrou o repórter CBN entrevistando outros políticos sobre outra notícia que já rolava nos corredores do Congresso. Era sobre a possível cassação do senador do PSDB mineiro, Eduardo Azeredo. Prestaram atenção na coincidência? Uma peça de lá, outra de cá, como num jogo de xadrez. Vocês já acompanharam ou jogaram uma partida de xadrez? É assim mesmo. Como o jogador pensa 8, 10 jogadas para frente quando vai fazer um movimento, muitas vezes, ele aceita sacrificar uma peça agora, já pensando no andamento do jogo lá na frente. E, seu adverário, do mesmo jeito.

E é exatamente isso o que os partidos estão fazendo agora. Ele estão escolhendo as peças que vão para o sacrifício, que serão trocadas, como os enxadristas dizem, mas já pensando no futuro, nas eleições do ano que vem. E o jogo continua, sem nenhuma alteração nas regras. Acho que era isso que estava aborrecendo os meus neurônios. Era isso que eles estavam soprando pra mim: e a reforma política? E a reforma do sistema eleitoral? Como é que é? Vamos iniciar uma nova partida sem mudar o regulamento do jogo?

Inspirada no dadaísmo, fiquei aqui pensando na terrinha. Se cai Eduardo Azeredo, como ficaremos representados no Senado? Tcham nam! Eis a escalação: Aelton Freitas, natural de Iturama e membro do PL mineiro. Fora os eleitores dele, alguém conhece? Wellington Salgado de Freitas, natural do Rio de Janeiro. Por acaso, senador e, por acidente da lei, do PMDB mineiro. Tirando os eleitores dele, alguém conhece? E, como suplente de Azeredo, Luiz Guaritá Neto. Quem? Sei lá, Guaritá Neto.

Vamos ficar igual o Atlético mineiro, com uma equipe de ilustres desconhecidos. Olhem só, tudo bem, o Conselho de Ética tem mais é de investigar aqueles parlamentares que quebram o decoro parlamentar. Se a quebra fere também as leis, a justiça tem de investigar também. Mas como hoje todos os processos estão tramitando motivados apenas por interesses políticos, queria lembrar que Azeredo chegou onde está pelo voto de 4 milhões 157 mil 721 eleitores. Tem grandes chances do meu voto estar aí, no meio desses milhões. Não me lembro mais. E não sei também quantos votos Zé Dirceu teve.

Pero djo estoy piensando aqui, que se alguém tem o direito de cassar o mandato desses parlamentares somos nós, que os elegemos para nos representar. O mandato de cada um deles nos pertence. Quero o recall já! Se ninguém nos ouve mesmo. Se tudo continua como sempre esteve, vamos radicalizar geral. Vou sugerir às entidades que baixem aqui no nosso quintal e iniciem, imediatamente, um movimento para apresentação de um projeto de iniciativa popular pela inclusão do recall na nossa legislação eleitoral. Quero votar de novo! E agora! Que nem nos Estados Unidos, na Suiça e na Rússia. Falei.

Ufa, acho que agora minha dupla de neurônios vai dar sossego. É só os dois não começarem a cantar Chalana para relaxar, tudo bem...

Um ventinho de chuva e um soninho bom, com os anjinhos, para todos vocês.

E hasta la vista, num belo día!

Um comentário:

CLAUDIA RESENDE disse...

OBRIGADA POLI CENA BARBOSA, HOJE TE PEÇO MUITO OBRIGADA FIQUEI SABENDO DA SUA FÉ ATRAVÉS DE UMA CUNHADA ,MEU MARIDO PERDEU A CARTEIRA COM TODOS DOCUMENTOS E CHEQUE, CARTÃO FICOU MUITO DESESPERADO PROCURANDO NÃO SABIA ONDE TINHA PERDIDO MINHA CUNHADA DISSE PEÇA A POLI CENA BARBOSA QUE VOCÊ ACHA EU NUNCA TINHA OUVIDO FALAR NELA MAIS OUTRA CUNHADA MINHA REZOU E PEDIU COM MUITA FE, E LOGO A CARTEIRA APARECEU,ELE JÁ ESTAVA INDO FAZER OCORRÊNCIA QUANDO FICOU SABENDO PEDIMOS TAMBÉM PARA NOSSA SENHORA APARECIDA .MAIS MUITO OBRIGADA POLI CENA BARBOSA!!!!!.CLAUDIA BH/MG