quinta-feira, outubro 06, 2005

Ai que mêda!

Vichi! Agora fiquei realmente preocupada! Fui pesquisar sobre o Hélio Garcia na internet e passei pelo Terra para ver o que estava rolando por aí. Quase caí da cadeira. Li a cores e ao vivo: Com medo dos EUA, Bovespa cai 5% em dois dias. Que trupico, ou será que foi um tombão? Isso não é brincadeira. Já vi o mercado nervoso e não foi nada bom. Com medo, nunca tinha visto. Mas temo que o mercado acuado seja pior ainda.

Olhem só, parece despropósito, mas a coisa que mais me mete medo é aquela que desconheço. E, agora, estou diante dela. Não tenho a menor idéia sobre o que motiva os movimentos do mercado. Sei que ele tem uns repentes que, às vezes, deixam as pessoas felizes e, às vezes, desesperadas. Mas porque ele age assim, porque seu humor é tão instável, não dou notícia. Desconfio ou mais invento algumas explicações para enganar o meu medo, mas saber sabendo, não sei.

O que fiquei pensando foi o que será que o bush está aprontando dessa vez, para deixar o mercado com medo. O bush, aquele que não quer assinar o Protocolo de Kioto, lembram-se? Será que estamos sob a ameaça de um ataque especulativo? Onde está George Soros? Me lembrei dele também. Ôw isso é sério, 32% dos negócios realizados na Bovespa, do início do ano até agora, representam investimentos estrangeiros. Isso é um terço, não é? Vieram atraídos pela perspectiva de valorização dos papéis tupiniquins, que estavam com preços de ocasião. Mas todo mundo já sabe que, se amanhã, esses investidores enxergarem oportunidades melhores em outras praias, fazem as malas e vão embora, como vieram, sem pedir licença. Eles são assim, uns ingratos.

Bom, mas aí, tomei coragem e fui ler a notícia. Estava tudo explicadinho: o movimento de queda foi provocado pelas declarações de um integrante do FED, que é o banco central americano, insinuando novas elevações da taxa de juros da maior economia do mundo e ainda mais, por outra notícia, da elevação da inflação naquele mesmo mercado e tudo isso, liquidificado, teria potencializado o ímpeto de realizações no mercado nacional. Realizações são os movimentos dos investidores que têm o dom de transformar papel em dinheiro.

E é isso que me intriga. O Brasil quase desmoronou nos últimos quatro meses, e o mercado ficou ali, quietinho, assobiando na esquina, como se nada estivesse acontecendo. E isso foi até bom, porque mostrou a maturidade da economia brasileira, a sua autonomia frente às instabilidades políticas. Mas bastou um funcionário do FED dar com a língua nos dentes, que o mercado estremeceu. Qui coisa siô! Tá na hora de chamar o Chaves para eles, hem? Ou então alguém me explica como funciona o humor deste mercado!

Enquanto ninguém me esclarece isso, fiquei pensando e me lembrei das cpis de novo. Olha que engraçado, a CPMI dos Correios acabou de pedir a abertura das contas de 11 corretoras de valores e continua tentando entender (ninguém explica pra eles também, hehehe) qual a relação dessas corretoras com os fundos de pensão. Não é coincidência? O mercado não tem medo disso? Eu fico gelada só de pensar. Se der uma doida nas cpis e elas resolverem mergulhar nessa história, como deveriam, vai dar confusão.

Olhem só, não entendo isso direito, só tô pensando, hem! Mas quem puxa a fila dos investidores, quando o mercado vai fazer qualquer movimento, são os fundos de pensão. Isso eu sei. Ficam os bobos ali tentando comprar uma açãozinha aqui ou ali pra ganhar mais um dinheirinho; ficam lá analisando gráfico, o sobe e desce das curvas e aí, sem avisar, os fundos resolvem entrar no mercado forçando um movimento para cima ou para baixo. E o bobo fica lá, perdidinho da silva. É assim que funciona. Ôw, eu, no lugar do mercado, teria medo era da CPMI.

Mas, às vezes, também não é nada disso. A gente é muito ignorante. Pode ser, pode ser que tudo isso não seja nada mais e nada menos do que um movimento de realizações mesmo. O mercado subiu muito nesses últimos dias, os investidores podem ter se dado por satisfeitos e resolveram pôr o dinheiro no bolso. Funciona assim também. E pronto. É isso. Já vi muito gráfico do mercado de ações. Só vi. Nunca entendi. Mas deu para perceber que a sua dinâmica é semelhante à dos elevadores: sobe e desce, sobe e desce e vice-versa. Só que o desenho é mais parecido com o de uma escada rolante, mas o princípio é o mesmo.

Ou então, ainda, e para terminar, pode ser apenas um reflexo da depressão dos operadores da Bolsa. Desde o último dia 3, o mercado está operando por meios eletrônicos. Acabou aquela gritaria, aquele stress dos corretores gritando, agitando os braços, xingando a mãe de todo mundo. Agora eles trabalham num ambiente tranqüilo, calmo, sereno. Deu um choque depressivo nos operadores da Bovespa. Estão down!

Bye crianças, durmam com os anjinhos!

3 comentários:

Anônimo disse...

Olhem só, consegui recuperar a notícia sobre a quebra do sigilo de corretoras de valores. Estava na página da Câmara dos Deputados na internet. Errei: não foi a CPI do Mensalão, mas a CPMI dos Correios que solicitou a quebra. Um detalhe, mas tenho de corrigir. Bom, eu se fosse o mercado estava com medo era dessa CPMI e não dos EUA.

Então, lá vai:

Entre os requerimentos mais polêmicos aprovados hoje pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios está a quebra de sigilo bancário de 11 corretoras de valores e de câmbio - Elite Corretora de Câmbio e Valores Mobiliíarios Ltda.; Sociedade Corretora Paulista S.A. (Socopa); Agenda Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários; Millenium Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários S.A.; Click Trade Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários; Dillon S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários; Quantia Distribuidora de Títulos e Valores Mobilários Ltda.; Nominal Distribuidora de Títulos Mobiliários Ltda.; Euro Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.; WalPires S.A. CCTCW; e Planer CV S.A.
Relatório parcial das CPMIs dos Correios e da Compra de Votos indicou prejuízo de R$ 9 milhões para seis fundos de pensão de estatais em negociações de títulos feitas por essas corretoras. A falta de acordo para a votação desses requerimentos havia levado à paralisação dos trabalhos da CPMI por duas semanas.

Anônimo disse...

Bia, já revisei. Acho que não deixei nada pra trás. Depois a gente vê de novo. Ah, o bush é assim mesmo. Decidi rebaixá-lo por conta própria e confisquei a maiúscula do nome dele. hehehehe.

Anônimo disse...

A polêmica está posta. Observerm a frase:

"Olhem só, parece despropósito, mas a coisa que mais me mete medo é aquela que desconheço."

O que eu quero dizer é que o que me mete medo é o desconhecido, é aquilo sobre o qual não tenho controle, não domino as manhas, etc.

Mas, do jeito que ficou, dizem, parece que não temo nada. Eu, hem! Deliraram. Então, deveria ter escrito qualquer coisa assim:

"Olhem só, parece despropósito, mas a coisa que mais me mete medo é aquela sobre a qual desconheço tudo."

Ai ai, os mistérios da língua. Pensamos também sobre as vírgulas. Eu gosto muito de vírgula para marcar o ritmo. Gostaria até de separar sujeito de verto, de vez em quando, para pontuar o que estou pensando. Mas isso não pode.

Uma amiga disse que o número de vírgulas que você utiliza num texto é proporcional à sua idade. Quando mais "experiente" for a pessoa, a tendência é a de aparecer um número maior de vírgulas. Hehehehe.