Ufa, finalmente conseguimos reunir a equipe de triatletas virtuais para um primeiro encontro. Não chegou a ser um treino, mas fizemos, lá pelas tantas, uma bela caminhada virtual pelas ruas de Paris. Mais do que isso e antes disso, pegamos uma trilha poética e andamos de mãos dadas com Drummond, com Pessoa, com os manoéis - o Bandeira e o de Barros - e com Oswald de Andrade. Até Camões apareceu e outros que vieram de cabeça e que agora me escapam. Depois cortamos pro lado e enveredamos por um caminho mais tortuoso, seguindo o rastro musical do Roni e topamos com Caetano, Milton, todos os mineiros e com aqueles que os inspiraram, de Ari a Adoniram, incluindo Violeta Parra e até o famosos não sei quem.
Agora estou aliviada. Esse encontro vinha martelando na minha cabeça, pedindo para acontecer, já há quatro semanas e não podia ficar assim adiando sine die os momentos bons da vida, vocês concordam e compartilham minha aflição? Valeu moçada! Vamos repetir. Outro assunto que está batendo na minha cabeça, pedindo para pensar nele, é o referendo. E o dia 23 já está aí! Esse assunto foi servido também no encontro, junto com os pãezinhos bonísssimos, os patezinhos e os etceteras. Entramos na polêmica desarmados e, depois de muito bate boca, chegamos a um consenso: sobre esse assunto não há consenso.
Concordamos também, ao encerrarmos a discussão para evitarmos o inesperado, que o argumento mais forte da noite foi o da outra Patricia, que vai votar Não: e o cara que está lá no meio do mato, lá na roçinha, criando um boizinho de nada, plantando umas batatinhas e aí vai que aparece uma onça pra ele, hem? Não pode matar? Não pode? Não pode, porque ele não tem um revólver nem enferrujado. E se tiver, não tem munição, porque é proibido vender. O que qui ele faz com a onça? Essa pergunta ficou sem resposta.
Agora, o argumento mais sensível e bonito da noite foi o Roni quem leu, ele que vai votar Sim: um poema de Drummond, que conta a história do leiteiro da sua rua, inadvertidamente assassinado por um morador, que o confundiu com um ladrão. Foi muito convincente. Mas, por fim, fiquei na mesma. Continuo achando que votarei sim até por volta das 16 horas, depois começo a repensar e termino a noite votando não. Mas ainda tenho tempo para decidir sobre isso.
Agora, sinceramente, no cá pra nós, que ninguém nos ouça, porque acho que deveríamos praticar exaustivamente e sempre mais, tanto os referendos quanto os plebiscitos, mas olhem bem, esse assunto é danado de infeliz. É trágico mesmo, porque independentemente do nosso voto, o problema que ele toca, que é no fundo o da violência urbana, não será, nem de longe nem de raspão, modificado pelo resultado do referendo. Vai ser uma propaganda enganosa. Nosso voto não vai modificar nada, nesse caso específico, porque ele não acerta a raiz dos nossos problemas. E, nesse ponto, concordo com o não, porque corremos o risco é de vê-lo agravado, com o fortalecimento e expansão do mercado ilegal de armas.
E se a gente fizesse um referendo assim: Você é a favor de uma política de distribuição de renda? Sim - Não. Aí eu acho que começaríamos a mudar alguma coisa!
Chega de blá, blá, blá. Agora, vou me embora para pasárgada. Vou, pelo menos por uns dias. Vou pular sete ondas, levantar sete brindes e jogar sete sonhos para trás e começar tudo de novo. Acho que vale a pena. Vou me embora para pasárgada, mas volto logo.
Vamos embora pra Pasárgada. Lá é bom pra viver, não pra pensar
bjim doce para todos
Um comentário:
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Merci pour est un bon blogger.
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