Esse é o título de um livro que alguém escreveu, alguém leu, gostou e me contou. Não me lembro mais de nenhum dos dois quem e só tenho uma vaga idéia do que o livro tratava. Mas isso não é relevante. Me interessa é o título, que é a legenda do que estou pensando. E a minha intuição, que vem, provavelmente, dessa memória difusa do que um dia me foi contado.
Nessa vida besta, nada é simples. Nem nós mesmos somos assim tão primários para não arrumarmos um jeito de complicar mais um tanto. Problema pouco é bobagem. Quem quer viver um momento que seja um qualquer? Que não seja o mais importante de todos, o mais sério de todos, o mais grave, o mais difícil, o mais trágico? Que seja, o mais cômico, o mais divertido, desde que o mais mais? Há simplicidade nas coisas, que estão ali, prontas e acabadas para todo sempre. Não em nós, bicho homem que nasce precisando de aprender tudo para poder viver e ainda morre insatisfeito achando que foi tão pouco o que conseguiu reter.
Então, voltando à legenda. Nessa vida dura e nem sempre justa, como diz o Cláudio, quando damos um passo à frente, precisamos deixar um passo para trás, caso contrário, não saimos do lugar. São as perdas necessárias. Mas, às vezes, vacilamos e ficamos ali, suspensos, meio instáveis, querendo não querendo. E é nessa que o tombo é certo.
O que estou notando, no entanto, é que hoje as pessoas estão engraçadamente mais dispostas a dar esse passo. Seja para que lado for, o que importa é sair do lugar. É uma desacomodação geral. Existe nisso um sentimento de perda muito forte, que lateja em todas as histórias que tenho ouvido. Existe também muito desatino nas escolhas que estão sendo feitas, mas existe, principalmente, uma vontade muito grande de acertar por conta própria. E desconfio que isso tem tudo a ver com o fuzuê de Brasília.
Por isso, mesmo aqueles que não se tocaram tanto com essa confusão, precisam ter é um pouco mais de paciência e tentar também reiventar um jeito novo de levar a vida, para não perder o bonde da história. É certo que ainda não temos noção de como essa crise, por enquanto mais política, vai afetar a vida pública nacional, mas já está ficando bem claro, que ela mexeu com a vida pessoal de muita gente.
Mesmo quem não apostava na estrelinha vermelha, torcia para dar certo, pois todos aprendemos com o PT a não ter medo de ser feliz. Foi ou não foi? Pensamos, agora vai! Agora vai! Mas ainda não foi dessa vez. Saimos é mais tristes dessa confusão. Na vida pública, fico pensando, o petismo ou lulismo ou que nome venha a ter esse fenômeno será uma perda necessária para podermos avançar. E na nossa vida pessoal? O que faremos? O que as pessoas estão fazendo é indo a luta, por conta própria. Estão indo cuidar da vida, que o tempo está passando . E isso não sem registrar também algumas perdas necessárias. Coisas da vida. Eu vou. E os chineses, mais uma vez, batem palmas!
2 comentários:
Patrícia, uma rápida pesquisa no google e achei o livro: Perdas Necessárias, de Judith Viorst. Bjo.
Judith Viorst. É isso mesmo. Brigadinha Fabíola. Recentemente, ela lançou um outro livro, mas, para variar, só sei as coisas mais ou menos: não me lembro nem do título nem do conteúdo do livro (vou ao google também). Ah, me lembrei de quem foi que leu,gostou e me contou. Foi a Nisinha mesmo. Ela me confirmou de viva voz e informou que não tem o livro. Ela também leu o de alguém que comprou leu e gostou (rss..)
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