sexta-feira, agosto 19, 2005

Idéiafix pegou no meu pé

Hoje eu acordei com o cachorrinho do Obelix no meu pé. Não consigo pensar em nada. Está uma sexta-feira muito estranha. Fiz tudinho o que tinha para fazer, mas passei o dia todo com a sensação insistente de que ainda tinha algo a ser feito. Fiquei devedora de não sei o quê. Vou pensar nisso na segunda-feira. Hoje está impossível.

Enquanto isso, na sala de espera, vamos nos distraindo com um poeminha de Jacques Prévert.

O gato e o pássaro
Uma aldeia escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da aldeia
E foi o único gato da aldeia
Que o devorou pela metade
O pássaro deixou de cantar
O gato deixou de ronronar
E de esfregar o focinho
E a aldeia preparou para o coitadinho
Um extraordinário funeral
O gato que também foi convidado
Seguiu atrás do pequeno caixão de palha
Onde o pássaro morto jazia
Carregado por uma menininha
Que não parava de chorar
Se eu soubesse que isso ia te fazer sofrer tanto
Disse-lhe o gato
Eu o teria comido inteirinho
E depois eu lhe diria
Que o vi partir voando
Voando até ao fim do mundo
Lá longe onde é tão lange
Que de lá nunca se volta
Você sofreria bem menos
Ficaria tristinha e só lamentaria um pouco

Nunca devemos deixar as coisas pela metade.

Até de repente!

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