terça-feira, maio 08, 2007

Cenas da cidade

Por do sol em Belo Horizonte
Foto: minha

Outro por do sol. Não sei porquê, mas gosto do fim do dia do mesmo tanto que gosto das manhanzinhas. São momentos diferentes. De manhã, quando saio, a cidade está ainda vazia. Vazia em relação ao cheio que estará alguns minutos depois. Mas, é claro, encontro pessoas saindo de casa, na porta da padaria, na praça esperando uma carona ou só andando como eu. Mas ainda vejo espaços vazios, atravesso a rua sem olhar e sem medo, olho o céu, as árvores, os jardins. Dá tempo pra tudo.
No finalzinho do dia é o contrário. A rua está apinhada de carros e gentes. As árvores são vultos que quase nos assombram. Mas nessa hora, estranhamente, me desligo. Ando só comigo mesmo. E escuto bem de longe os ruídos da rua. Olho as pessoas que passam, as casas ainda no escuro, outras com luzes acesas e fico imaginando as histórias que estão sendo contadas ali e invento outras e junto todas numa história só e, quando é possível, sigo em frente. Quando o trânsito pára novamente, retomo o fio da meada. E vou indo. Mas se consigo sair mais cedo e coincide com a hora do por do sol, não penso em nada. Só olho.
O meio do dia é gincana. É só correr atrás. De vez em quando vou até no automático. Nem vejo o tempo passar. E tá valendo também.


Mas para desejar a alguém, o melhor é um restinho de semana, pleno de manhanzinhas e fins de tarde para todos.

8 comentários:

Anônimo disse...

Manhazinha é promessa
Fim de tarde é passagem
Tanto um quanto o outro
o não-lugar
Fresta da luz
na suspensão da certeza
o dia duvida da noite
a noite duvida da vida
e nós percebemos nossa precariedade
humana, demasiadamente humana

Anônimo disse...

Manhazinha é promessa
Fim de tarde é passagem
Tanto um quanto o outro
o não-lugar
Fresta da luz
na suspensão da certeza
o dia duvida da noite
a noite duvida do dia
e nós percebemos nossa precariedade
humana, demasiadamente humana

Anônimo disse...

É isso mesmo que sinto! Como você sabe pescar as palavras certas e dosá-las na medida exata. É por isso que te admiro. Eu jamais saberia dizer tudo isso de uma forma tão bonita e delicada quanto você disse agora. Brigadinha pela visita e pelo presente que você deixou pra todos nós! bjim

Anônimo disse...

Eu já não gosto do final de tarde, acho que foi a época depressiva que tive... Toda a vez que vejo o final de tarde me dá uma triteza, mas o começo da manhã me dá um ânimo que só!

Beijos

(...) Ariel disse...

Pense alto por lá qnd quiser! Saiba q penso o mesmo! rs

E que tenhamos um restinho de semana com manhãs e fins de tarde plenos de fato! Aproveitados apesar do que estiver por vir, apesar das pequenas divergências e apesar de todos os apesares que poderão surgir rs...

Beijos querida :)

Mamãe de primeira viagem disse...

tb adoro por do sol....
visto da praça do papa ou do mirante das mangabeiras então...
pra mim é perfeito!!!
beijosssssss!

Anônimo disse...

Adoro a tardes. As manhãs não gosto tanto. Acordo de mau humor, sempre.

A tarde não. A tarde é paz.

Você conhece?

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo

VM

Beijos!

Anônimo disse...

O jornal Pampulha trouxe alguma coisa do João do Rio sobre o céu azul de BH. Nessa época do ano o céu se impõe aos belorizontinos. Os deprimidos ficam com a sensação de que os estão insultando. Os ansiosos desconfiam que é um recado pra baixar o facho. Há quem julgue que o fenômeno é interno, afinal, tem dia que está tudo azul mesmo. Jesus, como é lindo! Viva a primavera belorizontina!
P.S. Mas que nomezinho fodido foram lhe arrumar...