domingo, junho 18, 2006

Brasil 2 x 0 Liga das EBCs

Ia esperar os jornais de amanhã, só para conferir as manchetes. Mas, pensando bem, acho que não precisa. Brasil derrotou a Liga das Empresas Brasileiras de Comunicação por 2 X 0. À revelia dos comentaristas esportivos, a seleção entrou em campo, correu o que deu conta e fez dois gols. Fez quem precisava: Adriano e Fred Amééérica!!! E está muito bom para nós torcedores. Não acho que nos contentamos com pouco. Nos alegramos com a vida como ela é e é o quanto basta.

Então. Tô liberada agora. Vou começar a avacalhar. Igual a Liga das EBCs faz quando vai falar da seleção brasileira. Por deus, nunca vi isso! Se estiver errada, por favor, me corrijam. Mas me lembro muito bem que essa era a seleção perfeita. Não havia nem um porém. Nós torcedores, claro, tínhamos nossas preferências e desavenças. Essa é a brincadeira. Mas para a imprensa esportiva, era a seleção sem problemas. Só que bastou pisar em solo estrangeiro, começou o fuxico. Arrumaram logo um problemão pra seleção, garantindo o noticiário durante toda semana de pré-estréia: Ronaldo tá gordo! Ronaldo tem bolhas no pé! Ronaldo está com febre! Ronaldo está deprimido! Ronaldo está rude! Ronaldo espirrou! E mais um: Ronaldo tem ciúmes de Ronaldinho. E foi: Jogadores caíram na farra. E foi: Pelé fala mal da seleção. Roberto Carlos revida. E foi: Cafu vai ser preso! Cafu não vai mais ser preso. Até o Bobial fazer Zagalo chorar, numa cena patética! Por que chorou? Chorou porque? Fiquei confusa de verdade. Mas a Liga, não. Era só mais um problema para a seleção sem problemas. Até que o Brasil estreou estraçalhado, cheio de problemas mesmo.

Bola na rede para o marketing das empresas brasileiras de comunicação. É a tática da burduna. E dá-lhe na seleção brasileira, porque isso é que vende jornal, espaço na tevê e tempo no rádio. É como um amigo me lembrou outro dia. Sabe aquele ditado: perco o amigo, mas não perco a piada. Pois é. A imprensa, quer dizer, as empresas brasileiras de comunicação agem do mesmo jeito: se distanciam da verdade, mas não perdem a manchete. Foi assim na cobertura da crise política, na cobertura do fogo cruzado em São Paulo e, agora, com a seleção brasileira. O negócio é descer o sarrafo. Nenhuma discussão produtiva, propositiva. É só pescotapa, pra vender notícia.

Do Sistema Globo, já não espero nada mesmo. E por não esperar, às vezes, me surpreendo para o bem. Mas, pela FSP Futebol Clube, tinha um carinho especial. Agora, quer saber, cansei. É um rebelde sem causa. Do contra por princípio. Um jornal de fanicríticos, ops, faniquitos. Tudo é feio, tudo é ruim, tudo é brega, nada vai dar certo, nada evolui, nada sai no jeito. Tudo que pode ser bom, no fundo é ruim. E chamam isso de espírito crítico. Minha avó chamava de espírito de porco. Quem estará com a razão?

Admito, é difícil mesmo entender a complexidade do mundo em que vivemos e, ainda mais, observá-lo com olhos críticos. Mas daí simplificar, como o FSP Futebol Clube passou a fazer, falando mal de tudo, vai uma distância gigantesca, né? É por isso que vou cancelar minha assinatura. Pronto. Cheguei à exaustão. Vou mudar para o Estadão, pro Globo, sei lá. Com estes, nós leitores é que temos de exercitar o nosso espírito crítico. Confio mais. Se não der certo, vou procurar as notícias só de ouvir falar. E acho que vai ser bom também.

Enquanto a Liga corre atrás das nossas desgraças, nós daqui, do mundo real, vamos levando a nossa vidinha média e feliz, sempre que possível, torcendo pra seleção, de olho nos candidatos para decidirmos menos mal o nosso voto, candidatando para trabalhos voluntários nas comunidades carentes do nosso bairro e assim por diante, sem falar nas licenças poéticas e gastronômicas que nos permitimos, nos momentos especiais. Como as leituras em voz alta do Sertão de Guimarães, ontem à noite, e o coelho com vinho tinto australiano que traçamos nesta tarde. Viver.....o senhor já sabe, é étcetera.

Fim de jogo.
Até o próximo embate.

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