sábado, julho 01, 2006

Mas hein?!

Quer saber? Não me envolvo mais com esse negócio de futebol. Cruz, quase tive uma síncope nesse jogo e o Parreira lá, impassível, impoluto, como se nada estivesse acontecendo, como se não fosse com ele. Eu, hem? Tô fora. Coisa feia, siô. Quequié aquilo, gente? O relógio correndo e os jogadores lá, andando dentro de campo. E nos bons momentos. Em outros, ficavam era parados mesmo, esperando a bola chegar. Onde já se viu isso? Nem em pelada, no lote vago que tem perto aqui de casa.

Não tô falando de jogo bonito não. Isso já seria uma sofisticação, considerando o desempenho do Brasil nos jogos anteriores. Tô falando de resultado mesmo. Do futebol pragmático dos europeus, que o Brasil inventou de jogar. Nem isso. Sei não, parece que essa Copa foi decidida no tapetão. Rifaram a Copa no pregão da Fifa e o Brasil sofreu uma desvalorização de leve, para fazer circular os investimentos que estão empatados nesse mercado. Será Kfouri? Acho que será.

Olha só, desde o dia em que vi Zagallo chorando na Globo, antes do início da Copa, fiquei com um mau pressentimento. E Bobial lá, esfregando o braço do Zagallo e fazendo cafuné, numa cena patética. Muito esquisito. Tudo muito esquisito. Não foi um choro emocionado, foi sentido, parecia mesmo um choro antecipado. Depois vieram os problemas. Não tinha. Mas começaram a fabricá-los. Um atrás do outro, para, como diz Otávio, render assunto nas mesas redondas. Agora, pronto, devem estar esfregando as mãozinhas. Temos um problemão para meses de mesas rendondas.

E a tristeza do Armando Nogueira? Nem me falem. Achei que hoje, no final de tudo, ele estava até mais aliviado. Agora tem uma coisa, não vou incluir Pelé nessa história, mas o Galvão..., o Galvão, não resisto. A primeira frase dele, antes do jogo começar, foi um alerta. Isso é apenas um jogo de futebol. É bom que pensemos assim. Como? E o que mais seria? Exatamente, o que o Galvão quis dizer com esse comentário? Meu sofrimento começou justo nesta frase e se agravou no momento em que Zidani, já no final do jogo, entregou o cartão fidelidade à seleção brasileira. Aí foi a vergonha mesmo. Deslavada.

Agora, tô pasma. Arrasada. Mas ainda vou continuar tentando entender o que estão querendo de nós. Primeiro, detonaram com a política. Agora, nos tiram o futebol. Religião já foi pras cucuias faz tempo. Hoje, cada um tem a sua e ponto final. E aí? Vamos discutir o quê, na hora de jogar conversa fora? Superávit primário? Resultado do Enem? Endemias? Safra da soja, preço do boi em pé? Façam me o favor, né?

Vou voltar às origens. Voltar a ler jornal. Não a FSP, claro, mas qualquer um outro. Vou ler o noticiário político e trocar figurinhas sobre os candidatos. Vou questionar essa história de um deus homem e de um filho que é mais filho que os demais. De um deus que está mais presente numa só cria e não em todas e em todo lugar. Quero discutir isso. Quero discutir essa história também do Ronaldinho Gaúcho não poder chegar perto do gol. Quem decidiu isso? Tinham medo de quê? Por que puseram ele fora da área? E mais, quero uma CPI da Copa Européia de Futebol. Ah, e mudei de idéia de novo. Vou continuar torcendo. Pro Filipão, que ele merece.

No mais, respirem aliviados. Pelo menos, acabou o sofrimento.

Um fado, um vinho, um queijo da Estrela da Serra e bons sonhos portugueses pra vocês.

4 comentários:

Anônimo disse...

Patrícia, foi um vexame. Anunciado, mas assim mesmo um vexame. Afinal, o que a gente podia esperar de um time que "melhorou" contra o Japão?! Ficou todo mundo entusiasmado com a goleada do Brasil e esqueceram que o adversário era o Japão! Fala sério, né? E viva o Filipão!

patricia duarte disse...

É. Esse time tava danado mesmo. Se fosse uma autarquia pública ou uma empresa privada, diria que nessa péssima performance da equipe brasileira, faltou gerenciamento. Faltou uma liderança que mobilizasse a força dos talentos individuais num projeto comum. Que transformasse obejtivos em bandeiras e etc.
Mas não me importo de perder, Fabíola, o que me irritou foi a falta de vontade dos jogadores brasileiros. A falta de paixão, de adesão, de engajamento, de um rumo qualquer. Era um bando de homens cansados, rodando no campo que nem zumbis. Nunca vi isso, nem nos timezinhos que temos visto jogar por aqui. Ver isso me deu uma tristeza danada. Ver os meus filhos vendo isso, me deu uma tristeza danada. Espero que, ao menos, eles tenham aprendido alguma lição com isso. Não os jogadores, que acho não têm mais salvação, mas os meus filhos (rsrs). Ainda bem que Natan é pequeno e nem vai se lembrar dessa humilhação.

Ricardo Levy disse...

O time realmente não jogou nada, deu vergonha d ver.
Acho q tbm torcerei para Felipão, gosto dele e elejá provou ser um grande treinador

Abraço

http://www.diletra-nacopa.blogspot.com/

patricia duarte disse...

Pois é, ainda não foi dessa vez que Portugal levou a taça, mas o jogo valeu. Valeu mais que todos os do Brasil juntos. A chegada de Ricardo na grande área da França, naquele finalzinho do jogo, foi a coisa mais bacana e bonita que vi nessa Copa. Valeu Portugal! Valeu Filipão!