Agora, fiquei preocupada mesmo, porque, além de gostar, concordei com Heloisa Helena. Também acho que o Parlamento deve atuar com autonomia, independência e na oposição, para ter liberdade e disposição política de fiscalizar com rigor o Executivo. Também acho que a elaboração da lei orçamentária deve ser um processo democrático e aberto, fora dos gabinetes e com participação da sociedade. Também acho que o orçamento aprovado no Parlamento deve ser determinativo e não autorizativo. Também acho que a credibilidade e autoridade do Parlamento só serão resgatadas quando essa função for exercida plenamente, como Heloisa Helena propõe. Então concordamos em muitas coisas e todas essenciais.
É o mundo ideal, mas alguém tem de propor o mundo ideal para servir ao menos de parâmetro no meio dessa barafunda em que estamos afundados. Discordamos, mais ou menos, só num ponto. Eu adoro blusa branca, mas odeio rendinhas. Só de olhar, arrepio. E Heloisa Helena ama rendinhas. Blusas brancas de rendinhas. É de chorar, mas vou relevar esse aspecto, afinal rendinhas são apenas detalhes, né?
Também vi o Cristovam Buarque no Jornal das 10. Que coisa, siô. Aí fiquei mais preocupada ainda. Gostei também. Adorei quando ele disse que não quer disputar a presidência só pelo poder, mas sim porque tem uma causa para defender. Essas coisas a gente até esquece. A disputa política anda tão mesquinha, tão rasteira, que a gente se esquece mesmo de para que serve o poder. Hoje vou tentar acompanhar a entrevista do Lula. Se gostar, aí será o limite. Vou me internar. Vai ser a prova cabal de que, definitivamente, perdi o senso crítico. Estou à deriva. Se eu conseguisse me desligar, sob as graças de Santa Ignorância, até que seria bom navegar sem rumo, mas como estou poupando suas bênçãos, fico é mais preocupada, principalmente porque outubro já está aí.
Vou ver tevê, voltar a ler jornal, ouvir rádio e tentar recuperar massa crítica.
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