O vento venta lá fora. Venta em todas as direções. Varre todas as idéias, antes que virem pensamento. Os móveis estalam de vez em quando, como se estivessem vivos, cuspindo fora os segredos que descansavam em suas entranhas. As folhas escapam dos galhos e voam livremente rua abaixo, para algum lugar onde não sei qual será.
Se já não fosse domingo, se os fantasmas não estivessem soltos, batendo portas, arrastando latas, virando cadeiras no jardim e se insinuando pelas frestas da janela, assobiando músicas macabras, sairia para a rua só para sentir esse vento batendo no meu rosto. Sairia e deixaria que a ventania me levasse para onde for só para ver onde ia dar. Como as folhas que escapam dos galhos e se deixam levar para algum lugar onde não sei qual será.
Um fim de semana rodopiando nos ventos, partindo e chegando em todos os lugares.
Inté
Foto: Minha, direto de Inhotim
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