Não estou nem um pouco preocupada com a crise financeira internacional. Eles lá que são bancos que se entendam. Essa crise não me pertence. Só pensei, assim bem distraidamente, porque não estou nem me dando ao trabalho, que ela poderia ser mais rapidamente resolvida se fosse transferida para o Second Life. Acho que todos se sentiriam mais em casa, dos investidores aos devedores, passando pelos atravessadores. Ou será que alguém acredita que essas cifras que andam rolando no noticiário existem de verdade?
Não duvido da concretude da crise. Longe de mim tamanho radicalismo. Aliás, meu consultor para assuntos aleatórios já me convenceu disso faz tempo. As bolhas estavam apenas começando a estourar. Mas não conseguiu me provar que esse dinheiro todo existe de fato. Imagino que boa parte dele é mera ficção. Apostas. E ficção por ficção, o Second Life acolheria a todos em sua praia, de braços abertos. Logo daria um jeito de um personagem anunciar uma nova rodada de lançamentos, com créditos novos, débitos novos e assim por diante. Infinitamente, sem nenhum lastro no mundo real. Exatamente como vem acontecendo, desde a derrota fragorosa dos Estados Unidos na guerra do Vietnan.
Mas é claro que essa opção não é muito razoável. Por isso bush, aquele, está preferindo enfrentar a crise de dentro da gráfica, rodando a maquininha. Quer enquadrá-la, custe o que custar. Para isso, já se dispôs a trocar os papéis podres que estão circulando no mercado global pelas velhas e boas verdinhas. Dinheiro vivo, cash. E é aí que mora o perigo. Salvam-se os bancos e vão se os dedos e os anéis dos contribuintes americanos. De lambuja, vão acabar levando os nossos também.
É claro que essa opção, da mesma forma, não é nada razoável. McCain, por exemplo, está desorientado. Não sabe nem o que dizer. Mas a última coisa que o mercado pede, nesse momento, é coerência. E, menos ainda, que sejamos razoáveis. Primeiro, salve-se todo mundo, ou seja, eles. Depois, quem quiser peça para rever as regras do jogo. Se é que elas existem. Mas, como ainda tem muita água nessa fervura, vou continuar acompanhando tudo só de longe, para não me queimar. Um dia peço alguém para me desenhar as estratégias de bush, o mesmo, para ver se consigo entendê-las. Um dia. Hoje não.
Para todos, muita calma nessa hora, pois dias melhores virão.
Inté, que tenho mais o que fazer.
Imagem: Norman Rockwell
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