quarta-feira, outubro 03, 2018

Cinquenta tons de preto e branco: a polarização política no século XXI


Esse artigo, do economista Cláudio Nunes Duarte, nos ajuda a entender como funcionavam e como hoje funcionam as empresas e os governos e, com isso, também compreender porque e como chegamos onde chegamos. Para ler e refletir:


1. Por que o mundo está tão polarizado? Essa é uma pergunta que muita gente se faz atualmente. E não apenas aqui no Brasil de Temer, mas também na Rússia de Putin, na Turquia de Erdogan, na Venezuela de Maduro, nos EUA de Trump ou na Nicarágua de Ortega. 

2. O que isso significa? Que as pessoas simplesmente se cansaram da democracia? Estão em busca de novidades? Ou quem sabe atrás de um pouco mais de adrenalina?

3. Que estamos no meio de um poderoso campo magnético (bipolar, obviamente), isso parece fora de discussão. Dá para sentir na pele. Mas se quisermos ir além desse “feeling” e entender um pouco melhor porque isso está acontecendo, é necessário resgatar algumas mudanças de fundo que foram sendo gestadas ao longo dos últimos 50 anos, as quais remodelaram inteiramente o comportamento de empresas e governos.

4. Até os anos 60’s – na maior parte do mundo - as pessoas cuidavam pessoalmente da aplicação de suas economias. Elas direcionavam suas poupanças para ações de empresas locais, títulos emitidos por instituições financeiras locais, e títulos públicos emitidos também por governos locais.

5. Ninguém se dava muito ao trabalho de ficar examinando balanços de empresas, bancos e governos. Essas aplicações eram feitas com base em “pouca ciência” e “muita confiança”.

6. Se os retornos eram elevados e os riscos eram baixos, ótimo. Se os retornos eram baixos e os riscos mais elevados, paciência. Aquelas eram as opções de investimento disponíveis. Essas poupanças eram de certa forma “cativas”, ou seja, elas eram quase que compulsoriamente reaplicadas dentro do próprio espaço geográfico onde haviam sido geradas, o que conferia às empresas, bancos e governos locais uma posição e um acesso em certa medida privilegiado àqueles recursos.

7. A contrapartida disso é que empresas, instituições financeiras e governos locais dispunham de recursos facilmente acessíveis para investir - também localmente -, e ao fazê-lo, geravam mais empregos, mais renda e mais poupança. Era assim que as coisas funcionavam. E elas de fato funcionavam.

8. A partir dos anos 1970 começaram a se multiplicar os chamados Investidores Institucionais, ou seja, fundos de investimento administrados por profissionais bem treinados, que agora assumem a função de garimpar as melhores alternativas de investimento para aqueles poupadores. E as melhores alternativas são aquelas que: 

             • propiciam o maior retorno
             • com o menor nível de risco possível. 

9. Buscar essas alternativas de investimento passou a ser o objetivo estratégico desses fundos. Em primeiro lugar, porque sem isso eles não conseguem reter e, muito menos, conquistar novos clientes. Em segundo lugar - e isso não é menos importante - porque além de uma taxa de administração, eles cobram também taxas de performance. Isso significa que se a rentabilidade desses fundos exceder uma determinada taxa de referência, os gestores passam a fazer jus a uma participação sobre aquele retorno excedente.

10. O crescimento explosivo dessas instituições nas últimas décadas deveu-se a um conjunto de fatores, entre os quais vale destacar:

             • A desregulamentação dos mercados financeiros e de capital. Esse processo teve seu início na década de 80, com as administrações Reagan e Thatcher, atingindo seu ápice no governo Clinton no início dos anos 90. Progressivamente, um número cada vez maior de países aderiu a essa desregulamentação que, na prática, significou que os fundos agora não estavam mais juridicamente restritos à aquisição de determinados ativos em seus países de origem. Poderiam direcionar as poupanças de seus cotistas para qualquer tipo de ativo, em qualquer lugar do mundo. 

             • Essa desregulamentação não significou apenas isso. Significou também o desenvolvimento de uma ampla gama de novos produtos financeiros – os chamados “derivativos” – os quais ampliaram ainda mais o horizonte de oportunidades para que os fundos pudessem perseguir com sucesso sua estratégia de retorno máximo e risco mínimo. Derivativos ajudam a “neutralizar” determinados riscos (atendendo ao princípio do risco mínimo), como possibilitam também “alavancar” ganhos com a variação no preço de ativos, com uma alocação proporcionalmente menor de capital (atendendo ao princípio do retorno máximo). 

             • Os desenvolvimentos tecnológicos da década de 80 (informática, internet, telemática) vieram materializar aquilo que a desregulamentação já havia tornado juridicamente possível. Agora os Investidores Institucionais poderiam, de fato e de direito, explorar em tempo real oportunidades em qualquer mercado, em qualquer lugar do mundo.

             • Por último, o envelhecimento das populações ampliou enormemente a demanda por esses fundos (especialmente Fundos de Pensão), sobretudo nos EUA e na Europa.

 11. O fato é que o crescimento dessas instituições nas últimas décadas, e a influência que elas passaram a exercer sobre empresas e governos e, consequentemente, sobre o nosso dia-a-dia, é algo que aparentemente ainda tem passado despercebido para algumas pessoas.

12. Para ajudar a dimensionar o tamanho e a importância desses novos atores globais, vamos dar aqui duas referências, pois os números são realmente coisa de ficção científica. (1) O PIB do Brasil em 2017 foi algo em torno de US$ 2 trilhões. (2) O orçamento de 2018 do governo americano - aquilo que Donald Trump está oficialmente autorizado a gastar - é de aproximadamente US$ 4 trilhões. Já a massa de recursos gerida por esses Investidores Institucionais era, em dezembro de 2017, superior a US$ 49 trilhões. Só o que eles cresceram em 2017 (US$ 8,7 trilhões) equivale ao PIB do Japão e da Alemanha. Somados!  

13. A distribuição regional desses fundos é bastante concentrada. Fundos baseados nos EUA respondem por 45% daqueles US$ 49 trilhões; Europa 36%; Ásia-Pacífico 13%; resto do mundo 6%. 

14. Dentro dos EUA, apenas os 25 maiores Investidores Institucionais respondem por 77% do total de ativos dos fundos baseados naquele país. 

15. Além dessa elevada concentração, que por si só faz com que decisões de alocação de alguns poucos fundos possam ter um peso de bilhões de dólares, as decisões sobre onde investir (países, setores, empresas) acabam sendo ainda mais convergentes pelo fato de que todos eles, na hora de alocar seus recursos, recorrem às mesmas Agências de Classificação de Risco (aquelas agências que dão nota para países e empresas, como Moody’s, S&P e Fitch). 

16. Isso significa que quando esses fundos se movimentam, eles não fazem marola. Produzem tsunamis. 

17. Dos US$ 49 trilhões administrados por esses Investidores Institucionais em dezembro de 2017:

             • 44% estavam alocados em Ações e Participações Societárias em Empresas;
             • 33% em Títulos de Dívida, Pública e Privada;
             • 23% em Outros Ativos.

18. Você pode estar se perguntando que diferença isso faz, pois lá na década de 60 as pessoas também já investiam em ações e títulos de dívida, tanto públicos quanto privados. O que mudou então?

19. Mudaram três coisas: 

             • As poupanças locais deixaram de ser “cativas”. Elas agora podem ser direcionadas para qualquer ativo, em qualquer lugar do mundo.
             • As poupanças não estão mais dispersas. Ao contrário. Elas agora estão concentradas em poucas mãos. Já do outro lado do balcão estão cerca de 630 mil empresas cotadas em bolsa, em todo o mundo, e um número quase incontável de empresas de capital fechado, bem como de governos municipais, estaduais e federais, que também procuram acessar aquela poupança para financiar seus investimentos, despesas e rolar suas dívidas.
             • Aquilo que era decidido com “pouca ciência” e “muita confiança”, é agora decido com “muita ciência”, “pouca confiança” e um enorme poder de barganha por parte de um número relativamente pequeno de instituições, que agora têm em suas mãos as economias de centenas de milhões de pessoas e de empresas (superavitárias) de todas as partes do mundo.  

20. E o que isso significa na prática? Bem, aqueles com mais de 50 anos de idade provavelmente se lembram de um evento que se repetia a cada ano, chamado concurso de Miss Universo. Jovens atraentes de todos os cantos do mundo desfilavam em uma passarela, exibindo seus dotes físicos, intelectuais e até artísticos, os quais eram diligentemente registrados e ponderados por jurados circunspectos.

21. Pois bem. Hoje em dia quem desfila nessas passarelas – é um pouco duro dizer isso, mas é a mais pura verdade - são os presidentes de empresas e a alta burocracia pública, quando não os próprios chefes de estado. 

22. Os jurados são os Investidores Institucionais.

23. A passarela são os road shows. Périplos realizados por executivos dos setores público e privado, que saem esbaforidos mundo afora carregando em uma das mãos um Power Point (para a exibição de seus “dotes”) e na outra mão um chapéu.  

24. E quanto aos dotes? O que esses candidatos precisam apresentar nesse concurso?

25. Se o candidato a Miss Universo for uma empresa, precisa apresentar valorização consistente de suas ações no mercado. E isso é alcançado quando a empresa: 

             • gera muito lucro (em geral reduzindo custos, despesas, pessoas)
             • e distribui esse lucro aos acionistas (dividendos), ou utiliza tais recursos para a recompra de ações da própria empresa no mercado (buyback no jargão técnico), o que eleva o preço das ações e, consequentemente, o patrimônio pessoal dos acionistas. É o famigerado shareholder value.
             • Tanto a distribuição direta de lucros quanto as operações de buyback – visando a valorização das ações - se fazem às expensas de novos investimentos produtivos dentro das próprias organizações.

26. O resultado desse esforço de valorização do patrimônio dos acionistas tem sido nada menos que notável. Para dar apenas um exemplo, o crescimento do PIB nos EUA entre 2007 e 2017 foi de 34%. Isso deve corresponder – aproximadamente - ao que as empresas cresceram, em média, nesse período. No entanto, o índice S&P 500 - que reflete o preço de 500 ações representativas de empresas de diferentes portes da economia americana - avançou nesse mesmo período 102%. Ou seja, o preço das ações representativas da economia americana andou três vezes mais rápido que a própria economia americana.  

27. Portanto, empresas que optam por reter lucros e reinvesti-los, expandindo suas atividades e contratando pessoas (em detrimento da distribuição de dividendos ou das operações de buyback para a valorização das ações) são tratadas de forma quase desrespeitosa pelos jurados desse concurso de Miss Universo. Essas empresas são vaiadas na passarela, na presença de todos. Um vexame! Suas ações não se valorizam. Seu presidente e diretores ficam acuados, com seus empregos ameaçados. E não há prêmio de consolação. 

28. A bem da verdade, nem sempre os jurados são tão cruéis assim. Se percebem que uma empresa andou ganhando alguns quilinhos, investindo mais do que devia, mas ainda assim ostenta um certo charme, muitas vezes ela é encaminhada a um Spa. Lá ela é submetida a um processo de “reestruturação” (antigamente isso se chamava “recauchutagem”). Retiram todos os novos investimentos de sua dieta; reduzem custos, despesas e pessoas; se desfazem de unidades de negócio menos rentáveis – no jargão de negócios, divestiture - (em geral a soma das partes acaba valendo mais que o todo), tudo isso contribuindo para construir um caixa que será utilizado para alavancar o valor das ações e, dessa forma, o patrimônio dos acionistas. A empresa está pronta para retornar às passarelas.

29. A ordem, portanto, é investir pouco, distribuir muito e cortar sempre (downsizing).

30. E se o Candidato a Miss Universo for um governo? Quais são os dotes que ele deve exibir na passarela?

             • O risco de inadimplência deve permanecer baixo. Isso significa que a dívida pública em relação ao PIB não deve ultrapassar certos limites. Como esses limites não constituem um número absoluto, mas sim algo que depende do apetite de risco e da confiança depositada no devedor por parte de quem financia suas dívidas, aqueles parâmetros macroeconômicos são discricionariamente definidos pelos jurados. Aos governos cabe apenas a decisão de como se ajustar àqueles números cabalísticos. Não há outra escolha.
             • Para isso os governos cortam gastos, investimentos e eliminam déficits.
             • Aliás, o ideal é que a arrecadação supere as despesas (antes do pagamento dos juros), de forma que o governo apresente uma “geração interna de caixa” suficiente para, pelo menos, cobrir o serviço da dívida (juros mais amortizações).
             • Mas cuidado. Nada de aumentar impostos. Isso pode implicar na desqualificação sumária do candidato!

31. E quais são as consequências desses novos comportamentos de empresas e governos – modelados por Investidores Institucionais e Agências de Classificação de Risco - para as populações de seus respectivos países?

32. De um lado, empresas que não podem investir ficam totalmente impossibilitadas de cumprir sua função social mais elementar, que é a geração de oportunidades de renda e emprego

33. De outro lado, governos que também não podem investir nem gastar em seguridade social ficam totalmente impotentes para cobrir aquela lacuna deixada pelas empresas. É o famoso “nem Tico nem Taco”. 

34. Se somarmos a isso o impacto dos avanços tecnológicos (robótica e inteligência artificial) sobre a oferta de postos de trabalho, fica claro que o grande desafio do século XXI chama-se renda e emprego. 

35. A demanda da população por oportunidades de renda e emprego não é uma demanda qualquer. Ela tem a ver com a segurança econômica das pessoas. E elas normalmente não estão dispostas a brincar com isso. 

36. O que é que assegura a legitimidade de um governo em qualquer lugar do mundo? É a capacidade desse governo responder – com velocidade e eficiência – às demandas da população. Quando os governos se mostram incapazes de responder àqueles pleitos (o principal deles chama-se renda e emprego), seu lastro de legitimidade começa a se evaporar. E parece ser exatamente isso o que está ocorrendo em várias partes do mundo.

37. Governos e empresas não conseguem mais atender às demandas da população. Ambos estão sob forte pressão. E sob esse excesso de pressão, governos (com baixa legitimidade) e empresas (precisando desesperadamente melhorar seus números e alavancar o valor de suas ações) acabam, juntos, se aventurando por trilhas pouco democráticas e pouco republicanas. São como dois náufragos se agarrando um ao outro. Esse cenário converteu-se numa paisagem quase universal nos dias de hoje. É só dar uma olhada nos noticiários nacionais e internacionais.

38. Mas isso nem sempre foi assim. Durante boa parte do século XX, liberalismo econômico e liberalismo político andaram de mãos dadas. Claro que essa parceria nunca foi isenta de tensões. Mas por décadas, esse casamento nutriu uma impressionante expansão no número de democracias em todo o mundo.

39. Atualmente as tensões entre (ultra) liberalismo econômico e liberalismo político estão no limite. Esse casamento ameaça ruir. As pessoas tomam partido e o mundo vai se polarizando. 

40. Em um desses polos estão aqueles que acreditam – ou dizem acreditar – que os males que nos afligem decorrem de “muito Estado e pouco Mercado”. Rompendo-se as amarras do Estado que ainda hoje mantem sob jugo nosso “espírito animal” - aquele élan capaz de mover o pensamento, a emoção e as iniciativas individuais -, vamos nos reencontrar com a prosperidade. O “mercado”, livre desses grilhões, é o único ente capaz de alocar – com eficiência – recursos tão escassos e tão essenciais ao nosso futuro e à nossa prosperidade. Esse grupo considera que a Crise Financeira de 2008 e os US$ 29 trilhões mobilizados pelo Banco Central dos EUA para salvar o sistema financeiro não passou de um pequeno acidente de percurso. Continuam acreditando que os mercados são capazes de se autorregular. Como “especialistas” em mercado que são, eles sabem que quando o preço da laranja sobe, a demanda cai. Mas aparentemente ainda não se deram conta de que quando o preço dos ativos financeiros sobe, a demanda sobe junto. E por não terem se dado conta disso, ainda não conseguiram extrair desse “pequeno detalhe” todas as decorrências lógicas necessárias. 

41. De fato, a fé nutrida por esse grupo no (ultra) liberalismo econômico é tão forte que, para eles, o sacrifício do liberalismo político seria um preço relativamente módico a ser pago em troca da avassaladora onda de prosperidade que se seguiria à libertação final dos mercados. Não apostam muitas fichas nesse casamento entre liberalismo econômico e liberalismo político.  

42. No polo oposto estão congregados espíritos um pouco mais sofridos e, talvez por isso mesmo, um pouco mais céticos em relação àquela visão futurística. Argumentam as pessoas desse segundo grupo que ao longo de boa parte do século XX governos e empresas se complementaram na produção de arranjos econômicos, políticos e institucionais capazes de atender às demandas da população. E suspeitam que dificilmente essa construção poderia ter sido erigida pelo trabalho de uma única mão. Sobretudo de uma mão invisível, argumentam os mais céticos.

43. As pessoas desse segundo grupo não estão nem um pouco dispostas a patrocinar o divórcio entre liberalismo político e liberalismo econômico. Acreditam que o Estado tem ainda uma importante missão civilizatória a cumprir. 

44. Essas são as duas grandes narrativas que atualmente polarizam as pessoas em todo o mundo.

45. Se você ainda não se decidiu por uma dessas duas narrativas, talvez valha a pena dar uma olhada no que a história tem a nos dizer sobre isso.

46. Na ausência de oportunidades de renda e emprego as instituições e, no limite, a própria sociedade, vão se tornando disfuncionais. E largados à própria sorte, “os mercados”
nunca demonstraram capacidade para se autorregular e superar situações limítrofes como essa que vivemos atualmente. Demonstraram essa incapacidade durante a Grande Depressão de 1929, e reafirmaram essa mesma impotência oito décadas depois, durante a Crise Financeira de 2008. 

47. Em ambos os casos o Leviatã precisou ser acordado e chamado às pressas.

48. Mas é bom lembrar que durante os anos da Grande Depressão, as intervenções do estado assumiram duas configurações políticas bem distintas. 

49. Nos EUA de Roosevelt essa atuação e a recuperação econômica subsequente se deu através de um amplo pacto democrático consubstanciado nos programas de investimento público do New Deal, voltados à geração de oportunidades de renda e emprego. Na Alemanha de Hitler a atuação do estado e a recuperação econômica se deram através de um (a) massivo programa de privatizações (sim, privatizar tudo); (b) do uso de trabalho escravo (sem essas bobagens de 13º); (c) de um esforço armamentista sem precedentes (armas para todos); (d) tudo isso sob o amparo de uma Constituição de Notáveis herdada da República de Weimar.  

50. Façam suas escolhas!

2 comentários:

Ana Márcia disse...

Esclarecedor, Pat. Mas vou contestar: a polarização está entre o 1% que participa do mercado. Pro resto da humanidade há muitos tons de variadas cores. O que impressiona hoje é a saída dos fascistas do armário e a sedução que exercem sobre o povão desesperado - como Hitler. Suspeito que estamos fu

Parlamento Jovem disse...
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