Colagem: Ah, sim, nesse inverno, retomei as colagens com minhas tesouras enferrujadas mas sempre afiadas.
Depois de quase sete anos longe dessa terra, consegui recuperar meu passaporte para explorar novamente esse velho caminho. Nesse período aconteceu de tudo um pouco. Estivemos bem, estivemos mal, estivemos bem de novo e segue a vida.
São Paulo continua, ainda hoje, insistindo em políticas equivocadas de combate ao crack, depois de ter tido uma experiência bem sucedida com o ex-prefeito Fernando Haddad, desmontada com a posse do novo prefeito em 2015. Grécia e Espanha estão tentando se equilibrar numa corda bamba, depois de chafurdar no fundo do poço como mais ou menos estamos hoje e outra penca de países espalhados pelo mundo. Políticos foram reeleitos, outros foram presos, outros perderam o bonde e assim continua.
Nesse longo inverno aconteceram desastres, como enchentes, furacões, naufrágios, incêndios de toda sorte e assim por diante. Um papa renunciou, isso sim um fato inesperado, e foi substituído pelo Papa Chiquinho, o mais querido de todos. As empregadas domésticas e babás alcançaram direitos antes só concedidos aos trabalhadores, como se elas não o fossem. Também, já nem importa, pois já perderam boa parte deles.
A moçada foi pra rua protestar contra o aumento do ônibus, contra políticas de educação, saúde, transporte e sei lá mais o quê. Outros tantos foram para os estádios de futebol mandar a presidenta Dilma tomar no cu, como se fosse a coisa mais séria que pudessem fazer. Cenas lamentáveis, para não citar aquelas do próprio futebol, com a vergonhosa desclassificação do Brasil da Copa do Mundo de 2014. Perdeu em casa por 7 X 0 para uma Alemanha marrenta e debochada. Jamais esqueceremos.
Nesse longo inverno, uma presidente honesta foi deposta por um Congresso, já na época, quase que unanimemente suspeito; o vice-presidente de então, também flor que não se cheira, usurpou a cadeira da presidência e rompeu com um programa de governo eleito pelo povo para implantar medidas econômicas que afetam a vida dos trabalhadores, a soberania do país e o futuro das novas gerações de brasileiros. E o tempo passa e assim continua.
A valorosa imprensa brasileira liderou campanhas milionárias contra a corrupção, criou ficções para justificar seus heróis e bandidos prediletos e silenciou-se estranhamente diante de fatos que escapavam do seu controle. E assim permanece.
Enfim, foram seis ou sete anos movimentados, cheios de manchetes e escândalos, mas ficamos como o cachorro que corre atrás do rabo, patinando em círculos. Não avançamos em nada e se, por algum acaso saímos do lugar, certamente foi para darmos alguns passos para trás.
Sim, a vida também não foi só desgraceira. Tivemos bons ventos, como o Papa Chiquinho e muitas vitórias pessoais que não aqui não vem ao caso. Tivemos maré boa em vários momentos, mas essas histórias ficam para outro dia, agora tenho de ligar o forno para assar um pão de queijo e passar um cafezinho que a fome está batendo. 😍
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